terça-feira, 3 de novembro de 2009

Governo Lula se reúne para tentar definir meta do clima

Impasse deve marcar reunião hoje; Ambiente tem proposta mais ambiciosa

Célia Froufe, BRASÍLIA
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A reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Carlos Minc (Meio Ambiente), Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) e Celso Amorim (Relações Exteriores) prevista para hoje com o objetivo de tratar da meta brasileira de redução de emissões de gases do efeito estufa deve ser marcada pelo impasse.

Enquanto o ministro Carlos Minc defende a redução de 40% das emissões até 2020, representantes das outras pastas têm resistência à proposta por considerá-la inadequada para o momento econômico. O único consenso até agora para ser apresentado à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que será no próximo mês, em Copenhague, é em relação à diminuição em 80% do desmatamento da Amazônia até 2020. Para o Meio Ambiente, a meta de reduzir as emissões em 11 anos é factível.

Outros ministros veem a situação como mais delicada por causa da posição de China e Índia, que abertamente declaram não ser a favor de apresentar uma meta. A questão é que os dois países são aliados do Brasil. O Ministério das Relações Exteriores teme constranger os parceiros ou até mesmo ficar isolado na COP-15. Uma saída seria exigir contrapartida ambiciosa de países desenvolvidos.

A decisão estará nas mãos do presidente Lula. Não há, no entanto, por parte de assessores das pastas consultados pelo Estado, a convicção de que alguma posição possa ser dada hoje, ainda que todos torçam por isso. Há outro problema: Lula pediu ao Itamaraty que tente acertar com os países amazônicos (Bolívia, Peru, Venezuela, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname) uma proposta comum.

O que desejam organizações com foco no meio ambiente é que o Brasil apresente uma atitude mais agressiva na COP-15. O raciocínio seria o de que, se o País apresentar metas ambiciosas, as demais nações em desenvolvimento terão de segui-lo (mais informações nesta página).

Uma preocupação interna é em relação à possibilidade de cumprir uma meta mais alta no momento em que o Brasil espera retomar o crescimento, após a crise financeira internacional. E quanto maior a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) mais difícil seria cumprir a meta. O estudo feito pelo Meio Ambiente prevê crescimento de 4% ao ano até 2020. A ministra Dilma achou pouco e encomendou projeções para 5% e 6%.

NOVO MARCO

A COP-15 é importante porque a primeira fase de vigência do Protocolo de Kyoto termina em 2012 e o prazo estipulado para negociar um novo regime de metas internacionais para além do período termina em dezembro.

Pelas regras atuais do acordo, só os países desenvolvidos têm obrigação de reduzir as emissões em comparação ao que emitiam em 1990. O Brasil sempre foi contra metas, mesmo que voluntárias, para países em desenvolvimento. Tanto que só recentemente, após pressão, o governo aceitou discutir o tema. A proposta é reduzir a trajetória de crescimento das emissões, ou seja, elas continuarão a aumentar nos próximos anos, mas menos do que cresceriam se nada fosse feito.



RUMO A COPENHAGUE

O que é: A Conferência do Clima da ONU em Copenhague é uma reunião que ocorrerá em dezembro deste ano. Quase 200 países tentarão
chegar a um acordo climático, com o objetivo de reduzir as emissões de gases que provocam o aquecimento global

Importância: Cientistas avaliam que o limite considerado seguro para o planeta é um aumento médio de 2ºC na temperatura. Porém, se as emissões de gases de efeito estufa continuarem como estão hoje, o mundo aquecerá mais do que isso. Entre as consequências estão o desaparecimento de ilhas, o aumento do nível do mar e da ocorrência de tempestade, a desertificação de alguns territórios e o derretimento de geleiras

Impasse na negociação: Os países ricos têm evitado colocar à mesa números sobre financiamento para as nações mais pobres reduzirem suas emissões e, também, sobre metas de redução de gases-estufa para 2020 (com relação aos níveis de 1990). O ideal seria que os países industrializados cortassem 40% de suas emissões até 2020, segundo os cientistas. Mas as metas já apresentadas estão, em geral, abaixo da ambição necessária

Responsabilidade: Os países desenvolvidos, principalmente os EUA, querem que emergentes como China, Índia e Brasil se comprometam a reduzir suas emissões de CO2. Os países em desenvolvimento resistem a isso, pois alegam que a responsabilidade histórica é dos mais ricos

Protocolo de Kyoto: O acordo definiu para os países ricos uma obrigação de cortar em cerca de 5% suas emissões até 2012, quando acaba o primeiro período de compromisso. Os EUA, porém, não ratificaram Kyoto. As metas de Copenhague entrariam na segunda fase desse protocolo. Porém, agora as nações ricas querem acabar com ele (por medo de os EUA novamente ficarem fora) e sugerem a criação de outro acordo, o que os países pobres consideram quebra de confiança
COMENTÁRIOS
Vão destruir a Economia Por Nada

Ter, 03/11/09 11:23 , smartduck@estadao.com.br

Não há nenhuma prova científica que o CO2 cause aquecimento, muito menos o produzido pelo homem, que é 5% do total. Como pode um governo maluco cortar 40% das emissões sem destruir a economia? Tudo emite CO2, todas as máquinas e até a gente ! E para quê? Para agradar a ONU? Qual a vantagem para o Brasil? nenhuma ! Onde está o debate? Onde estão os muitos cientistas que já expuseram essa mentira? Não se toma uma decisão radical como essa baseada na palavra do Al Gore do ex-terrorista maluco Carlos Minc. Brasileiros, estão traindo a pátria. Vejam no Google as dezenas de artigos e documentários mostrando que o aquecimento é causado pelo sol e regulado pelos oceanos.

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