quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

PT lança pré-candidatura de Dilma à presidência

Durante o congresso, o PT aprovou um programa de governo que, ao mesmo tempo, confirmou algumas propostas consideradas radicais, mas eliminou outras, tornando-o mais moderado.

Por exemplo, o partido aprovou uma proposta de combate ao que chamam de monopólio dos meios eletrônicos de informação, cultura e entretenimento, com a reativação do Conselho Nacional de Comunicação Social. Aprovou, ainda, medidas que facilitam a desapropriação de terras para a reforma agrária e o fim da criminalização de ações dos movimentos sociais, como o MST. Além da redução da jornada de trabalho e imposto sobre as grandes fortunas.

Mas o programa do PT mostrou também um tom mais moderado ao excluir temas polêmicos, como o aborto, a estatização da economia, e a volta do monopólio do petróleo.

O congresso trouxe de volta petistas históricos, como o ex-ministro José Dirceu, cassado e afastado do governo, e os deputados federais João Paulo Cunha e José Genoíno. Os três respondem a processo no Supremo Tribunal Federal por envolvimento no escândalo do mensalão do PT. Eles foram eleitos para o Diretório Nacional do partido.

Primeiro a discursar, o novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, ironizou as críticas ao programa do partido.

"Não adianta a gente ficar repetindo alguns temas, alguns pontos que foram aprovados, que sempre alguns vão optar em dizer que o PT radicalizou", defendeu Dutra.

Sob aplausos, o presidente Lula apresentou a ministra Dilma como sua candidata. Convocou partidos aliados e a militância petista, especialmente as mulheres, para apoiar a pré-candidata.

"Eleger a Dilma não é uma coisa secundária para o presidente da República. Eleger a Dilma é uma coisa prioritária na minha vida neste ano", explicou o presidente.

Ao lado de companheiros do PMDB, a ministra Dilma fez longo discurso. Em tom moderado, defendeu um governo de alianças para todos. Ela falou dos avanços do governo Lula e prometeu respeitar o direito à livre expressão. A pré-candidata disse que vai dar continuidade à política econômica do governo atual.

"Todas as nossas ações de governo têm, sem sombra de dúvida, uma premissa: a preservação da estabilidade macroeconômica. Nós vamos manter o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e a política do câmbio flutuante", disse a pré-candidata.

Ela deu grande ênfase à continuação das políticas sociais do governo Lula, em especial à educação.

"Nós vamos manter e aprofundar aquilo que é a marca do governo do presidente Lula: seu olhar social, seu compromisso social. A educação será, sobretudo, um meio de emancipação política e cultural do nosso povo. Os jovens serão os primeiros beneficiários da era de prosperidade que começamos a construir no primeiro governo do presidente Lula", prometeu Dilma.

Os pontos aprovados no programa do PT são sugestões que serão discutidas para a formulação do programa de governo da pré-candidata Dilma Rousseff. Até agora, além de Dilma, do PT, o PV aprovou a pré-candidatura à presidência da República de Marina Silva.

Ciro Gomes pleiteia ser candidato pelo PSB, mas ainda depende da aprovação do partido. No PSDB, o governador de Minas, Aécio Neves, abriu mão da candidatura à presidência. E o governador de São Paulo, José Serra, ainda não confirmou se será o candidato dos tucanos.

Fonte: Jornal Nacional

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