segunda-feira, 15 de junho de 2009

Dilma diz que redução de juros não afeta estabilidade

Seg, 15 Jun, 06h09
BRASÍLIA (Reuters) - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-b
"Pela primeira vez temos essa possibilidade: reduzir os juros com a estabilidade", disse Dilma em entrevista coletiva, após realizar um balanço das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Distrito Federal.
Segundo Dilma, pré-candidata à sucessão presidencial em 2010, a situação internacional é favorável pois as pressões inflacionárias praticamente deixaram de existir.
"O mundo vive hoje uma pressão que não é inflacionária. O componente existente é deflacionário", disse Dilma.
Sobre o Brasil, a ministra lembrou que a economia do país já dá sinais de recuperação e apresenta uma relação dívida/PIB (Produto Interno Bruto) que é "de fazer inveja a qualquer país da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE)".
"O Brasil hoje vive uma situação confortável no que se refere aos juros, a tendência dos juros", destacou a chefe da Casa Civil. "Não vemos nos próximos anos uma situação de deterioração das contas públicas".
Por isso, sublinhou a ministra, o Brasil tem que "aproveitar essa conjuntura, uma conjuntura muito favorável".
A ministra ressaltou que o Brasil enfrentou a maior crise econômica dos últimos tempos sem ver a deterioração de seus indicadores econômicos. "Nós passamos por um teste de estresse", disse Dilma, acrescentando estar otimista em relação à recuperação da economia doméstica.
"Nós teremos uma recuperação já no final de 2009 e no início de 2010", acrescentou.
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que o Brasil se encontra em recessão técnica, pois o Produto Interno Bruto diminuiu no último trimestre de 2008 e nos primeiros três meses de 2009. Dois trimestres seguidos de queda são, segundo estudiosos, indicadores de recessão.
A ministra também disse que o governo está insatisfeito com o andamento das obras na ferrovia Transnordestina, que é de responsabilidade da CSN. As obras fazem parte do PAC. A ferrovia integra os Estados do Nordeste.
Dilma disse que o Executivo recebeu bem a decisão da companhia de tentar acelerar as obras com mais frentes de trabalho, mas que não tem como adiantar recursos devido à Lei de Responsabilidade Fiscal.
"Não há nenhuma justificativa para que alguém alegue que não tem os recursos", disse Dilma, acrescentando que o dinheiro previsto no contrato já foi repassado e que só haverá mais liberações de verbas se houver antecipação de obras.
Perguntada como o governo deve reagir às críticas durante a campanha de 2010 de que o PAC é usado com objetivo eleitoreiro, a ministra respondeu que o programa é executado em parceria com governadores de diversos partidos, inclusive da oposição.
"A gente tem que ter a tranquilidade para receber críticas e a seriedade para perceber que o PAC é um programa pluripartidário", concluiu.
(Reportagem de Fernando Exman)

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